sobre nós

espiritualidade e devoção

o carisma agostiniano recoleto

Os Agostinianos Recoletos vivem em comunidade fraterna, desejam seguir e imitar a Cristo, casto, pobre e obediente; procuram a verdade e estão a serviço da Igreja; esforçam-se para conseguir a perfeição da caridade segundo o carisma de Santo Agostinho.

O carisma agostiniano resume-se no amor a Deus sem condição, que une as almas e os corações na convivência comunitária de irmãos, e que se orienta a todos os homens para trazê-los e uni-los em Cristo dentro da Igreja.

A Ordem dos Agostinianos Recoletos é, com todo direito, herdeira da família religiosa fundada por Santo Agostinho. Patrimônio espiritual da Ordem são a vida, a doutrina e a Regra de Santo Agostinho, assim como os exemplos de santidade e os trabalhos pelo Reino de Deus de tantos homens ilustres que, no decorrer dos séculos, deram esplendor à grande família agostiniana.

 

Caráter contemplativo da Ordem

Elemento primordial do patrimônio de Santo Agostinho e da Ordem é a contemplação, que é vida para Deus, vida com Deus, vida em Deus, vida do próprio Deus; contemplação é também entrega total e incondicional do homem a Deus. O religioso agostiniano recoleto procura a Deus e entrega-se inteiramente a ele.

O agostiniano recoleto sente que sua vida está orientada para Deus como fim último e único. O conhecimento e o amor de Deus, sem outra recompensa que o próprio amor, constituem o exercício do amor da contemplação, que é o principal negócio do religioso nesta vida, e que se convertera em felicidade perfeita no reino celestial.

 

Caráter comunitário da Ordem

A comunidade, segundo o propósito de Santo Agostinho, propõe-se a imitar aquela primeira comunidade cristã dos Atos dos Apóstolos: “para que vejais onde está descrita a forma de vida que desejamos viver plenamente... Já sabeis o que queremos: pedi a Deus para que possamos levá-lo à prática”. Os irmãos vivem entre si unânimes e concordes pela mesma caridade, pela qual são uma só alma e um só coração em Deus e para Deus: chegou o amor e com ele a unidade dos irmãos.

A comunidade edifica-se na Igreja de Cristo sobre o fundamento da caridade, como a verdadeira família daqueles que tem Deus como Pai, Cristo como Irmão e a Igreja como Mãe.

Desta forma, na comunidade ninguém tem coisa alguma como própria. Tudo é comum: comum a propriedade; comum o próprio Deus; comum a herança; comum a glória celeste; comuns à própria alma e a alma de todos os irmãos; “porque na verdade tua alma não é somente tua, mas de todos os irmãos; como também as deles são também tuas; melhor, suas almas juntamente com a tua não são muitas almas, mas uma só alma: a de Cristo”.

Os irmãos, na comunidade, amam-se como filhos de Deus e irmãos em Cristo, honrando reciprocamente o Espírito Santo de quem são templos vivos; entregam sua vida e tudo que lhes pertence ao serviço do amor; aceitam-se mutuamente e sabem perdoar; praticam com delicadeza a correção fraterna e a recebem com humildade e ajudam-se com orações diante de Deus.

Entre os membros da comunidade reina uma amistosa convivência em Cristo: todos os irmãos fomentam em diálogo franco e mútua confiança, socorrem os doentes, consolam os desanimados, alegram-se sinceramente com as qualidades dos outros e com seus triunfos como se fossem próprios; ajudam-se e completam-se, unem seus esforços no trabalho comum e cada um se encontra na outorga sincera aos outros.

 Na prática da vida comum todos mostram-se contentes por sua vocação e pela companhia dos irmãos, de tal forma que a comunidade possa difundir o bom odor de Cristo.

 

Caráter apostólico da Ordem

A comunidade é apostólica e seu primeiro apostolado é a comunidade: dedicada à oração e à prática das virtudes e unida no santo propósito da vida comum exerce seu apostolado fundamental.

O religioso contemplativo e comunitário é apóstolo generoso e eficaz, porque tem dentro de si o amor, cuja essência é dar e comunicar, cujo impulso natural é expandir-se entre os semelhantes para levá-los para Deus, para Cristo. O religioso age e trabalha para que todos amem a Deus com os irmãos e está sempre disponível para o serviço dos homens e da Igreja, segundo o carisma da Ordem.

 Todos os membros da comunidade ajudam-se mutuamente tanto na ação quanto na contemplação: “Que vós trabalheis em nós, e nós possamos dedicar-nos à contemplação em vós”.